sábado, 26 de novembro de 2016

                  CANÇÃO DA ESPERA



        Súbito, sobre as ancas da besta apocalíptica,  a morte despencou-se sobre ti, logo quando acalentavas plantar rosas no deserto.

Até hoje, ninguém achou rosa nenhuma. Claro, tu não plantastes rosas. Tu te plantaste a ti mesmo, amigo. És semente, adubo e serás rosa também! Seráa rosa-rota, rosa-bússola, rosa-ninho, rosa-canção de liberdade, rosa-amor, rosa-lua, rosa-caminho.

Cavalgando a sua besta apocalíptica, rebrilhando esporas e pederneiras, veio a morte e levou-te. Não sabia ela , que o mesmo sol, que a tarde morre ao poente, na aurora, nasce em ouro, novamente. Por isso, amigo, esta canção de espera, canção de fé, neste aguardar fremente, que a noite passe, e dos teus olhos mansos nasça o dia, outra vez, serena  e mansamente.



À Edson Luiz, assassinado pela ditadura militar, próximo ao Restaurante Estudantil Calabouço, RJ, 1968.
ASPIRAÇÃO


A lua,
O mar,
Uma ilha...
E na ilha,
Entre jardins,
Branquejando ao mar,
Uma casa,
E nesta casa... Tu!
Tu, perfumando
Isso tudo.
Ou tu, até mesmo
Sem nada,
Sem a lua,
Sem a casa,
Sem ilha
E sem mar

Tu e eu: o amor.




RJ, 1968

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Apresentações


Todo o trabalho apresentado hoje, aqui no Blog QUIMERAS, foi anteriormente distribuído a amigos na forma de um livreto impresso. Perdi o HD e precisei redigitar tudo para construir o blog.
   
Salvei alguns e-mails de amigos e leitores que elogiaram o livreto através, e os publico abaixo:




  • Li seu texto sobre a escravidão em Itaitinga. Forte, coerente e polêmico, e mesmo que vejamos dados como estes todos os dias, sempre fico com aquela sensação horrorosa de nó na garganta e grande indignação. Parabéns amigo, pela força, pela coragem e por sua luta junto com a minha querida Ana! Mantenhamos contato! Grande beijo, Eliane Brasileiro - CE - Brasil.
  • Tua matéria é muito sensível e pungente. Muito boa. Emocionante. As Mariazinhas infelizmente fazem parte do cotidiano brasileiro. Parabéns. E obrigado pelo presente. Um grande abraço. Nelson Crystlaino, RS - Brasil.
  • Paulo, estou emocionada e surpresa co a sensibilidade, beleza e poesia que retratas a dura realidade. Digno de aplausos! Como mulher e cidadã me orgulho de você. Obrigada. MÔNICA GONDIM, Fortaleza, CE - Brasil
  • Muito bom. TATI ANDRADE (UNICEF - Ceará) Fortaleza, CE - Brasil.
  • Pai, tá massa. Valeu! PEDRO PAULO, Itaitinga, CE - Brasil.

Dedicatória

Foto: Paulo Afonso Cavalcanti

À Ana, minha mulher, sempre indignada com as mazelas sociais, e que consegue contagiar-me desta indignação cívica. Minha fonte permanente de inspiração, sem a qual,nada estaria feito. Aos meus filhos, por quem a luta continua.

Aos amigos, e aos ciberamigos, que me incentivaram e que me fizeram acreditar que escrevo.

À Tamiris Santiago, que redigitou tudo, depois que perdi o HD original.